jeudi 12 janvier 2012

2012, ano presidencial

Em abril de 2012, os franceses votam para escolher o 24° presidente da República francesa

O ano 2012 será muito importante para a vida política francesa. Em abril, os eleitores franceses irão às urnas para escolher o 24º presidente da República ou permitir ao atual, Nicolas Sarkozy, permanecer para mais cinco anos na função suprema. Então, quais são os diferentes candidatos à Presidência?

Numerosas são as candidaturas propostas aos eleitores. Mas o sistema eleitoral francês obriga os homens e mulheres políticos, até os simples cidadãos, a respeitar algumas condições para competir na corrida eleitoral. Uma delas é de conseguir o apoio de 500 prefeitos de cidades francesas. Essas promessas de apoio são anexadas em listas que devem ser entregues antes do dia 16 de março.

De fato, não são todos os candidatos aqui apresentados  têm ainda os 500 apoios dos prefeitos franceses. Mas, neste momento os pretendentes principais para o cargo de presidente da República são :

Nicolas Sarkozy. O atual presidente, de direita, francês ainda não oficializou a sua candidatura, mas ninguém acredita hoje que ele não irá anunciá-la nos dias que vêm. Ele sofre de uma carência de simpatia da população. Em novembro de 2011, uma pesquisa apontava que Nicolas Sarkozy só tinha 27% de opinião favorável. Os erros e as reformas mal vistas pelo povo explicam essa falta de confiança dos franceses na pessoa e no balanço do presidente. Mas, o papel de Sarkozy no plano internacional e na procura de soluções à crise econômica poderia lhe permitir ser ainda um sério concorrente nesta eleição.
Nicolas Sarkozy, atual presidente da França

François Hollande. O antigo presidente do Parti Socialiste e atual presidente do departamento da Corrèze, no centro-oeste da França, foi escolhido como candidato pelos eleitores franceses de esquerda num processo inédito na França. Com efeito, o PS decidiu escolher o seu candidato por um sistema de ‘voto preliminar’ aberto a todos, no modelo do que se faz nos EUA.  Beneficiando da saída de Dominique Strauss-Kahn depois do escândalo do Sofitel de Nova Iorque, François Hollande conseguiu apresentar-se como a alternativa à direita. Mesmo se seu programa eleitoral não foi ainda divulgado, ele tem o apoio de 57% dos franceses que declaram querer votar nele se o segundo turno fosse hoje.

Marine Le Pen. O provavél ‘terceiro homem’ da eleição seria, segundo as pesquisas, a presidente do Front National, o principal partido da extrema direita francesa. Com efeito, no dia 7 de Janeiro, 17% dos eleitores poderiam votar nela em abril. Em 2009, ela se tornou a chefe do FN sucedindo a seu proprio pai, Jean-Marie Le Pen. Seu programa mistura promessas sociais e uma defesa dos intereses nacionais como a regulação estrita da imigração. Neste contexto de crise, o discurso da ‘preferência nacional’ e da defesa dos trabalhadores seduz as classes populares e influencia os programas dos outros partidos.

François Bayrou. Presidente do Modem, Movimento democrata, ele é o principal representante do ‘centro’. O antigo ministro da Educação quer trazer uma terceira via entre o Partido Socialista e a UMP, União para um Movimento Popular, de Nicolas Sarkozy. Na eleição de 2007, François Bayrou conseguiu o terceiro lugar, se posicionando como o árbitro do segundo turno. Hoje, ele ficaria no quarto lugar com 11% dos votos.

Jean-Luc Mélenchon. Antigo membro do Partido Socialista, ele saiu dele depois de vários confrontos com os dirigentes da formação de François Hollande, como por exemplo, sobre a construção da União Europeia. Hoje, ele é lider do Partido de Esquerda, formação à esquerda do PS.  Em 2012, ele será o candidato  da Frente de Esquerda juntando numa única formação política o Partido de Esquerda, o Partido Comunista francês, a Esquerda Unitária ou ainda Républica e Socialismo. Famoso graças a suas brigas com jornalistas e a sua proximidade com os maiores movimentos sociais desses últimos anos, ele ficaria no quinto lugar com 8% dos votos.

Eva Joly. Nascida na Noruega, mas hoje francesa, a antiga juíza é a candidata do partido ecologista Europa Ecológica- Os Verdes. A sua campanha se caracteriza por formas inéditas de comunicação (vídeo). Mas também por polêmicas como a sua proposta de substituir o desfile militar do 14 de julho por um ‘desfile cidadão’ celebrando a felicidade de ser francês. Também, a sua candidatura foi criticada por vários políticos e até celebridades que não admitem que uma estrangeira com sotaque possa ser candidata. Eva Joly, que foi a porta-voz do movimento contra a barragem hidroelétrica de Belo Monte na França, poderia receber os votos de 4% dos eleitores franceses.
Clipe de campanha de Eva Joly :  'Eva Joly? Nicolas Sarkozy? (o gato pula) A reeleição dele te dá medo? Vote!'


Os outros candidatos à Presidência da República recebem entre 4% e 0% dos votos nas últimas pesquisas. O peso político e midiático desses candidatos é fraco e podemos imaginar que eles se juntarão a um dos dois candidatos que ficará no segundo turno.

A direita, podemos encontrar Dominique de Villepin (República Solidária), Christine Boutin (Partido Cristão-democrata), Nicolas Dupont-Aignan (De pé a República!) e Frédéric Nihous (Caça, pesca, natureza e tradições). A extrema direita, Carl Lang (União da direita nacional). Ao centro, Hervé Morin (Novo Centro). À esquerda, Jean-Pierre Chevénement (Movimento Republicano cidadao). A extrema esquerda, Nathalie Arthaud (luta operaria),  Philippe Poutou (Novo Partido Anticapitalista) e do lado ecologista, achamos Corinne Lepage (Cap 21).

Além destas candidaturas de homens políticos, os eleitores poderão talvez votar em cidadãos desconhecidos ou até para Eric Cantona, antigo craque do Manchester United. Mas, eles têm poucas chances de reunir o número de apoios suficiente para participar.

(Todas as porcentagens evocadas nesta matéria são os da pesquisa realizada por BVA-Le Parisien, publicada no dia 7 de Janeiro de 2012).

Gauthier Berthélémy

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