Muitos são os artistas brasileiros que tem inspirações francesas, mas o contrário também acontece. É o caso de Georges Moustaki. Nascido em 1934, Giuseppe Mustacchi em Alexandria (no Egito) de uma família de judeus italianos originários de Corfu (na Grécia), o cantor francês de 79 anos, que faleceu nesta quinta-feira, 22 em Nice era apaixonado pelo Brasil.
Tanto que em 1972 quando estava em turnê de lançamento do disco "Dance", o artista veio ao Rio de Janeiro para um Festival Internacional da Canção Popular, ocasião em que conheceu Elis Regina e Chico Buarque através de Gilberto Gil e Jorge Bem.
Les Eaux de Mars. Videos: Youtube
Fascinado pela literatura de Jorge Amado e pela Bossa Nova, no álbum seguinte "Declaration", a influência brasileira é fortemente sentida. A música "Águas de Março" de Tom Jobim é transformada na "Les Eaux de Mars" canção que é levada para o Festival de Tóquio e uma turnê mundial que inclui Canadá e Estados Unidos.
Ainda com influências brasileiras, em 1974, o álbum "les Amis de Georges" conta com duas adaptações de músicas do Brasil. São elas: "Portugal" da canção Fado Tropical de Chico Buarque e "Je suis une guitare" de Toquinho e Vinicius de Moraes.
Portugal, da canção Fado Tropical de Chico Buarque
Georges Moustaki que era comprometido com ideais da esquerda, foi um dos compositores mais produtivos da música francesa na década de 1960. O artista escreveu cerca de 300 canções para grandes artistas como: Edith Piaf, Montand, Barbara Greco, Reggiani.
Dentre as músicas mais famosas estão "Milord" (1958), escrito para Edith Piaf, com quem teve um caso e "Le Métèque" (1969), primeiramente cantado por Pia Colombo e cujo refrão é conhecido no mundo inteiro.
Le Métèque, uma das mais conhecidas do artista.
Em 2011, anunciou uma doença irreversível que o impossibilita de continuar cantando.
Por Allana Andrade