Trabalhadores se juntam para defender seus empregos na França. Foto: Internet |
Anunciada semana passada, uma serie de
empresas foram fechadas em todo o território francês provocou reações por parte
da população e da classe política. Segundo os sindicatos e os últimos anúncios
mais de 50 mil empregos seriam ameaçados. A maior queda seria a da fábrica
Peugeot de Aulnay-sous-Bois na periferia de Paris.
São 3.400 empregos que serão cancelados
no sitio de construção dos automóveis do grupo Peugeot. Segundo a direção, esta
decisão é motivada pela vontade de evitar "investimentos
complementares" e de "resolver a sobre capacidade de produção"
em Aulnay-sous-Bois. Além disso, os responsáveis informaram a presença de uma
outra linha de montagem próxima, em Poissy.
A empresa afirmou que os empregados não
serão demitidos imediatamente e que serão propostas soluções para uma
reconversão. Os sindicatos, por suas partes, recusam totalmente a situação,
questionando o grupo sobre a utilidade de tal plano enquanto a Peugeot está
fazendo um lucro importante atualmente.
Neste roteiro, não pode ser esquecido o
preço da mão de obra francesa, muito mais cara do que as de países como Espanha
ou Eslováquia nos quais a empresa possui fábricas. Segundo um documento interno
do grupo revelado pelo cotidiano Le Figaro, a produção deveria ser aumentada
nestas fábricas estrangeiras e a Peugeot já estaria pensando em iniciar a
construção de um novo modelo de carro a baixo custo na Eslováquia. Esta decisão
passa mal na população neste período de crise econômica na Europa toda.
Uma polêmica que o governo recém-eleito
gostaria de entender. Segundo as revelações feitas pelo Figaro, este plano
social devia ser anunciado antes das eleições, mas o governo Sarkozy teria
pedido que o anúncio fosse adiantado após o voto. Para ser dito de outro jeito,
o novo presidente François Hollande recebeu um presente envenenado da parte do
seu antigo rival.
O ministro da recuperação industrial,
Arnaud Montebourg, acusou o grupo francês de "dissimulação" e
assegurou que o governo fará de tudo para proteger a indústria francesa e os
trabalhadores. Por isso, ele apresentará ao Primeiro Ministro um plano para
salvar o setor industrial nas semanas que vem.
No total, são mais de 50 mil empregos
industriais em 46 empresas que são ameaçados no Hexágono. Uma situação grave
que poderia complicar os planos do novo governo.
Gauthier Berthélémy