Esta semana François Hollande chegou a 100 dia no Palácio do Eliseu (foto: internet) |
Esta semana, François Hollande, o presidente da Republica francesa,
passou a etapa dos 100 dias de governo. Crise, guerra na Siria, erros nos
ministérios ou problemas pessoais, este periodo geralmente associado a um
estado de graça não deu só alegria ao sucessor do Nicolas Sarkozy. Vamos dar
uma volta nos três primeiros meses do governo Hollande.
Durante a campanha, a mensagem era clara. Os franceses
queriam na maioria sair da era Sarkozy para entrar na mudança. A situação tinha
piorado, o antigo presidente sofria de uma popularidade historicamente baixa e
o contexto social feito de desemprego, insegurança e cortes anunciados era
precário. A altura do desafio que esperava o François Hollande era gigantesca e
as exigências dos eleitores nítidas. O socialista devia se mostrar seguro e se
apresentar como o homem da situação. Apesar das dúvidas, os franceses o
elegeram com a condição severa de obter resultados rapidamente.
Hoje, depois de 100 dias de governo, a ficha caiu.
Segundo as pesquisas, mesmo se 57% dos francesas estimam que François Hollande
está cumprindo suas promessas eleitorais, 63% afirmam não confiar nele para
achar solução frente à crise econômica. Finalmente, é mais da metade dos
interrogados que se sentem insatisfeitos pela ação do atual presidente (54%).
De fato, François Hollande deverá fazer mais do que o prometido. Para
convencer, ele deverá ter resultados no campo econômico.
E até agora, o plano do seu governo não parece
límpido. A ação dele se limitou ao cancelamento de várias medidas estabelecidas
durante o periodo Sarkozy. A TVA social (parte do preço do produto indo
diretemente nos caixas do estado) ou ainda a supressão da exoneração fiscal das
horas extras são os elementos que mostram a vontade de divórcio com a herança
do Nicolas Sarkozy. A estas medidas se somam o aumento do salário mínimo ou o
congelamento dos aluguéis, além das medidas simbólicas como a contratação de
1000 professores, o aumento da ajuda familiar para a volta às aulas ou a
diminuição do salário dos dirigentes de empresas públicas. Infelizmente, isso
com certeza não será suficiente para combater a crise.
O problema não é simples. Atacante incansável da
austeridade proposta pelo Sarkozy, François Hollande teve que diminuir a sua
crítica frente às exigências da sua homóloga Angela Merkel. Dito de um outro
jeito, o socialista teve que adiar seus planos para respeitar a disciplina
budgetaria imposta pela União Europeia. Porém, o presidente poderá se apoiar
num certo elemento: em junho, François Hollande convocou uma grande reunião com
os diferentes parceiros sociais como os sindicatos. Esta vontade de concertação
com a sociedade civil poderia ser uma vantagem para ele, quebrando a ausência
de negociação iniciada durante a presidência de Nicolas Sarkozy.
Mesmo se posicionando à distância do seu sucessor,
ainda é dificil definir uma linha de ação clara complicada pelos ataques
incansáveis da oposição que chegou rapidamente a exercer seu papel de oposição
e pelos errinhos do início do mandato. Entre eles, o anúncio de reformas na
educação antes das negociações, o apoio à legalização da maconha de uma das
ministras enquanto o Hollande afirmou que não será pauta do seu governo ou
ainda a troca de mensagens hostis entre a primeira-dama e a ex esposa do
presidente no twitter, ou ainda a critica da oposição sobre a falta de posição forte na crise na Síria participaram da cacofonia que fragilizou um pouco mais
uma imagem do François Hollande na opinião popular.
A certeza é que o presidente nunca terá
facilidades. As pesquisas demostram que
cumprir as promessas eleitoreiras ou mostrar um certo voluntarismo nas questões
sociais não será suficiente. O François Hollande deverá ser melhor, se ele se
mostrar eficiente nas questões econômicas. Só falta ao socialista comprovar aos
franceses que ele pode aplicar seu lema eleitoral : "a mudança é
agora".
Gauthier Berthélémy
Excelente avaliaçao! Vamos ver que bicho vai dar!
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