lundi 15 septembre 2014

Ramon Diego e a sua "Viagem Rasa"



















Os poemas acima são do autor Ramon Diego. Nascido no interior da Paraíba (um dos Estados da região Nordeste do Brasil) desde pequeno teve influências literárias tanto em sua região que é riquissima culturalmente como através dos professores que foi encontrando pelo caminho. Por paixão começou a estudar o francês, projeto que se concretizou com o percurso universitario em FLE. Nesse meio tempo, através de crowdfunding, o autor lançou o livro Viagens Rasas - com influências da art-nouveau e da poesia concreta - e os projetos não param por aí. Confira abaixo a entrevista com o autor.




1- Como começou a sua trajetória no mundo das letras?
Eu nasci na cidade de Sousa, na Paraíba, desde pequeno tive contato com o cordel, produção literária muito forte por lá. Atualmente, moro na cidade de Nossa Senhora da Glória (SE). Comecei a escrever ainda no ensino médio, em 2006, de lá para cá venho tentando aprimorar o que escrevo, lapidar, trabalhar com essa matéria prima que é a palavra. Desde 2010 pensava em publicar um livro sobre a efemeridade das coisas no nosso mundo e de como a ideia de rapidez perpassa a nossa percepção acerca da realidade na qual estamos inseridos. No mesmo ano comecei a escrever o livro que publiquei apenas em 2013, “Viagem Rasa”. O que me motivou a seguir o caminho das letras, penso, talvez tenha sido os professores com os quais estudei, eles davam ótimas aulas sobre literatura e isso me deixava empolgado, com vontade de ler, depois de ler muita coisa, aí sim, comecei, aos poucos, a produzir um poema aqui outro acolá.


2- O que te motivou lançar seu livro mesmo sabendo que no Brasil não é facil ser escritor?
Rilke, em suas “Cartas a um jovem poeta” provoca-nos sobre o porquê de ser poeta/escritor e consegue chegar a reflexão de que, se você só é completo escrevendo, então, sim, você pode escrever e ser um escritor. Eu sou completo enquanto escrevo e isso faz parte dessa vontade que temos de nos inclinarmos sobre nós e enxergamos alguma lógica dentro da existência, tornando-nos mais conscientes do mundo que nos cerca, por isso escrevo.


3- Qual é a sua relação com a língua francesa? Por que optou em estudá-la?
Um dos primeiros livros que li, “Os miseráveis”, era de um autor francês, Victor Hugo. Como eu gostei muito do livro, fiquei imaginando como seria lê-lo em francês, no idioma original. Muito tempo se passou até eu conhecer uma professora de literatura brasileira que falava francês, que morava na minha cidade e que acabou se tornando minha amiga, com ela tive o primeiro contato com o idioma, através de pequenas aulas que ela me dava sem cobrar nada. Apaixonei-me pelo idioma e hoje sou aluno do curso de Letras português/francês pela Universidade Federal de Sergipe e, além de tudo, consegui realizar a minha peleja de ler grandes obras da literatura universal em francês.


 4 - Sobre o seu livro, Viagem Rasa, o que o leitor pode esperar?

O processo de produção do livro foi um trabalho maravilhoso e enriquecedor, me ajudou a entender um pouco mais sobre o mercado editorial no Brasil e sobre a cena literária do país. O grande problema depois de escrito, é que eu não tinha grana para publicar, nem capa. O livro foi totalmente financiado pelos leitores mediante uma campanha de captação de recursos para a publicação realizada pelo Facebook, na qual cada leitor contribuía para o livro com o que pensasse que valesse a poesia, também ganhei a capa do livro, de uma artista extremamente talentosa, humana e solidária, a Sandra Hiromoto (PR). Ou seja, juntando todo o processo, o livro demorou três anos para ser concluído. O leitor pode esperar um livro de poesias rápidas e de grande impacto sobre a consciência que a linguagem nos desperta dentro da labuta poética.


5- O livro teve boa aceitação da critica e te rendeu indicações e prêmios, você esperava tamanha repercussão?
A gente sempre espera que, o que fazemos, ainda mais de coração, seja apreciado pelo público leitor, mas realmente me surpreendi! Surpreendi-me pois o livro foi feito de forma independente e consolidado da mesma forma, publiquei 400 exemplares com o dinheiro arrecadado, 100 doei no dia do lançamento, como prática de democratização da literatura produzida na cidade de Nossa Senhora da Glória - SE. O lançamento foi todo organizado pela Associação Cultural Sertão na Arte, associação de amigos que se reúnem em prol da criação de espaços alternativos, nos quais se possa discutir cultura e produção cultural. Além disso, o livro não foi publicado por grandes editoras, mas consegui muita divulgação de gente que acredita na poesia e na literatura, de amigos que escrevem e de agentes culturais pelo mundo e, isso foi muito recompensante.



6 - Quais são os seus proximos projetos? Mestrado? O lançamento de um novo livro?
Pretendo lançar um segundo livro, talvez na metade do ano de 2015, estou recebendo propostas de algumas editoras que publicam autores iniciantes, mas, por enquanto tenho me dedicado aos estudos literários, outra grande paixão. Pretendo sim fazer meu mestrado na área de Literatura Brasileira, vamos ver no que dá! (risos).





*Biografia do autor: Ramon Diego est un étudiant de lettres, poète et membre de l'Académie Gloriense de Lettres et de l'Association Culturelle Sertão à l'Art. Il vit dans la ville de Nossa Senhora da Glória, au Brésil.



Por Allana Andrade


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